quinta-feira, 1 de março de 2012

Tolerância zero à mutilação genital feminina



 O dia 6 de Fevereiro marca o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, foi escolhido para denunciar esta prática que ainda existe em pelo menos 28 países de África e do Médio Oriente, como ainda na Ásia e em comunidades emigrantes na Europa, América do Norte e Austrália.


http://lumeear.blogspot.com/2011/07/africa-quer-banir-mutilacaogenital.html

O que é?

A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse ato com maior exatidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma pratica realizada em vários países principalmente da África e da Ásia, que consiste na amputação do clitóris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual. Embora acredita-se que esta prática seja muçulmana, em nada está fundamentada religiosamente, tendo em vista que os adices em que tentam conectar a prática ao Islão são fracos, sendo assim, esta prática não é adotada nos países onde a sharia é fortemente estudada. Esta prática não tem nada em comum com a Circuncisão Masculina. Segundo essa tradição, pais bem-intencionados providenciam a remoção do clitóris das suas filhas pré-adolescentes, e até mesmo dos lábios vaginais. Há uma outra forma de mutilação genital chamada de infibulação, que consiste na costura dos lábios vaginais ou do clitóris.


Testemunhos


“Sofri mutilação genital feminina aos dez anos. A minha defunta avó disse-me então que me iam levar perto do rio para executar uma espécie de cerimónia, e que depois me dariam muita comida. Como criança inocente que era, lá fui como uma ovelha para a matança. Mal entrei no arbusto secreto, levaram-me para um quarto muito escuro e tiraram-me as roupas. Vendaram-me os olhos e despiram-me completamente. Depois, duas mulheres fortes levaram-me para o local onde seria a operação. Quatro mulheres com força obrigaram-me a deitar-me de costas, duas apertando-me uma perna cada uma. Outra mulher sentou-se sobre o meu peito para eu não mexer a parte de cima do meu corpo. Um bocado de tecido foi-me posto dentro da boca para eu não gritar. Depois raparam-me os pelos. Quando começou a operação debati-me imenso. A dor era terrível e insuportável. Enquanto me debatia cortaram-me e perdi sangue. Todos os que fizeram parte da operação estavam meios bêbados. Outros estavam a dançar e a cantar, e ainda pior, estavam nus. Fui mutilada com um canivete rombo. Depois da operação, ninguém me podia ajudar a andar. O que me puseram na ferida cheirava mal e doía. Estes foram momentos terríveis para mim. Cada vez que queria urinar, era forçada a estar em pé. A urina espalhava-se pela ferida e causava de novo a dor inicial. Às vezes tinha de me forçar a não urinar, com medo da dor terrível. Não me anestesiaram durante a operação, nem me deram antibióticos contra infeções. Depois, tive uma hemorragia e fiquei anémica. A culpa foi atribuída à feitiçaria. Sofri durante muito tempo de infeções vaginais agudas.”

Hannah Koroma, Serra Leoa.

(Fonte:www.aventurasedesventurasdeumamulher.blogspot.com)


Efeitos


Os efeitos da MGF podem, como acima referido, levar à morte. Na maioria dos casos, os efeitos consistem em infeções crónicas, sangrar intermitentemente, abcessos e pequenos tumores benignos no nervo, causando desconforto e extrema dor. A infibulação pode ter efeitos mais duradouros e mais graves, incluindo: infeção crónica do trato urinário, pedras na vesícula e uretra, danos aos rins, infeções no trato reprodutor devido a obstruções do fluxo menstrual, infeções pélvicas, infertilidade, e tecido excessivo da cicatriz. Durante o parto, o tecido cicatrizado existente nas mulheres mutiladas pode romper. Mulheres infibuladas, que têm os lábios vaginais fechados, têm de ser cortadas para deixarem espaço para a criança nascer. Depois do parto, têm de voltar a ser “fechadas” para assegurar o prazer dos maridos.


Efeitos sobre a sexualidade?


A MGF pode tornar a primeira relação sexual da mulher muito dolorosa, sendo mesmo perigosa no caso de a mulher sofrer um corte aberto. Em certos casos, as relações sexuais das mulheres continuam dolorosas ao longo da vida.


Efeitos psicológicos?


Os efeitos psicológicos da MGF são mais difíceis de investigar do que os efeitos físicos. Alguns destes efeitos incluem ansiedade, terror, humilhação e traição, todos dos quais terão possíveis efeitos de longa duração. Alguns especialistas sugerem que o choque e trauma da “operação” podem contribuir para os comportamentos “mais calmos” e “dóceis”, considerados características positivas em sociedades que praticam MGF.
Adicionalmente, quando ocorrem problemas, estes são raramente atribuídos às pessoas que executam a operação. Na maioria dos casos, a suposta “promiscuidade” das raparigas é considerada a causa. Estas acusações podem aumentar os sentimentos de culpa, de humilhação e ansiedade destas raparigas.

In: http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=48:mutilacao-genital-feminina-perguntas-frequentes&catid=9:perguntas-frequentes&Itemid=73


Governo português admite aumentar punição contra mutilação genital feminina


ler artigo em :http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=524664&tm=8&layout=121&visual=49


Peço desculpa pelas imagens chocantes no video, mas chocante é a continuidade desta prática ridícula, vergonhosa e ultrapassada. É um verdadeiro atentado às crianças do nosso Mundo.

Não permitas que te aconteça, denuncia qualquer situação que conheças, diz NÃO!!!

É importante referir que à luz da lei penal portuguesa, esta prática é punível com pena de prisão entre 2 a 10 anos, uma vez que, segundo o artigo 144.º da revisão ao Código Penal de 4 de Setembro de 2007, é considerada ofensa à integridade física agravada.

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